A gente nunca sabe quando vai acontecer alguma coisa né?
A gente nem ao menos sabe o porquê...
Foram os teus olhos. A primeira coisa que olhei em você foram os teus olhos. E é por culpa deles que eu sinto tudo isso que eu sinto hoje, é culpa sua ter estes olhos redondos e imensos em tantos aspectos. Belos olhos castanhos que me intimidam, que me fascinam...
Isso mesmo, esse sentimento todo é culpa dos teus olhos. E é por isso que estou aqui hoje, porque eu queria que você soubesse que a culpa é inteiramente sua.
"Ele é bonitinho”, “Ele é legal” blábláblá... Sabe, nunca dei ouvidos para este tipo de coisa, sempre acho que as pessoas colocam expectativas demais em possibilidades, em desconhecidos. Não me importei. Mas era questão de tempo até a gente se conhecer. Afinal, vivíamos nos rodeando: Aulas no mesmo prédio, amigos em comum, lugares, situações...
Era nítido que era questão de tempo. Eu sabia. E esperei. Mas nunca tive muita paciência para esperar demais. Não agüentei, joguei as chaves e te deixei entrar. Você foi lindo comigo. Eu não conhecia os seus contornos e de repente você ganhou um rosto: “Ele é muito legal”, “Ele tem um cabelo muito macio”, "Ele tem olhos muito bonitos" foi a primeira coisa que pensei, e não consegui parar de olhar, mesmo por foto.
Os dias foram passando, lentamente, um a um, até que um dia veio aquela coisa de encontro pessoal assim meio proposital, não pude controlar: "esse menino realmente tem olhos muito bonitos", foi a primeira coisa que pensei, e não consegui parar de olhar.
Esta noite me lembrei de você com aquela blusa verde que eu tanto gostei... noite estranha aquela... Sempre gostei de acreditar que verde dava sorte, bem que isso poderia ser verdade... As coisas agora estão tão cinzas... Não que eu ache cinza uma cor feia, não sei... Passiva, acho que pode ser definida assim.
Mas agora nós estamos aqui, achei que nem te veria mais, por alguns segundos... Você me faz feliz, garoto, e é por isso que estou aqui hoje, porque eu queria que você soubesse que a culpa é inteiramente sua.
“Tudo que chega, chega sempre por alguma razão”
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